A Campanha de Luah acabou tendo duas cidades principais, Salvador que é nossa casa e Vitória da Conquista que é a casa dos avós, eles movimentaram a população para buscar apoio que pudesse fazer com que a Campanha pudesse crescer, em meio a isso nos vemos sempre recebendo homenagens, doações e muito carinho deste nosso segundo lar.

Durante uma visita a esta segunda casa, um oftalmologista queria conhecer Luah, muitos querem conhecer, querem avaliar, querem entender o caso dela para poder ajudar, opinar, expor o que acreditam ser o melhor para minha pequena. Lembrei de uma frase de um dos médicos que examinou Luah: “A medicina não é uma ciência exata.”, e por este motivo também encontro opiniões contrárias ao transplante e esta foi uma visita oftalmológica em que sai pra baixo, triste, pensativa, dúvidas surgiram, medos aumentaram.

A avaliação era deixa do jeito que esta porque o olho dela não tem muita solução. Questionou-se o desgaste físico, emocional, o trauma que pode ser causado, as consequências futuras e a certeza por parte da avaliação do profissional de que Luah não vai ter um olho (esquerdo) capacitado para exercer as funções necessárias.

Dói saber que possibilidades de não dar certo são as certezas de muitos profissionais, então vem o desanimo, a incerteza de que é o caminho correto a seguir, se estou fazendo o correto, mas esta tal da esperança continua ai com a luzinha acessa, dizendo: “Não desista”. O médico disse que é uma sensação normal, que os pais se agarram a esperança e não querem desistir.

Claro que eu não poderia fazer o transplante de minha Luah nas mãos de quem não acredita que pode dar errado. E muitos então questionam de porque Barcelona se aqui no Brasil também podem fazer o tratamento (mesmo que não o façam com tanta frequência), e respondo que é principalmente porque são referencia mundial em Glaucoma, como realizam transplantes o tempo todo em crianças com o mesmo quadro clinico que Luah, mas é principalmente porque eles acreditam que vai dar certo. E nós também!

Mesmo assim as vezes é inevitável, ficamos com medo do que pode acontecer, e hoje nesta minha segunda casa, fui tomada por uma imensa emoção, conheci a história de uma mãe que lutou por seu filho, que não desistiu dele. Ela precisava na ocasião de 45 mil dólares e apenas conseguiu 2 mil dólares e foi para os Estados Unidos com apenas esta luz de esperança, coma  coragem de que daria certo, mesmo depois de que tivessem dito que o filho dela não poderia enxergar, mesmo depois de tantas avaliações de que não haveria esperanças ela acreditou e viajou com o que tinha em mãos e hoje o seu filho com mais de 20 anos de idade, apesar da miopia e do óculos não só consegue levar uma vida praticamente normal (também tem hidrocefalia) como também distribui esta luz de esperança.

Esta luz de que tudo pode dar certo, de que não devemos desistir, esta luz que nos move e que nos faz acreditar que tudo vai dar certo, ele distribui esperança e renovou as minhas energias e hoje estou mais forte, mais feliz, mais certa de que o caminho tem que ser seguido porque esta luz esta acesa dentro de mim.